terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Suas Histórias

Há muitíssimo tempo, havia três grandes deuses, filhos do Grande Deus Desconhecido, assim chamado porque - segundo narram os sábios - nenhum homem podia Dele se aproximar, a menos que tivesse o coração puro e limpo e merecesse, por suas virtudes, a graça de Sua visão.
Estas três divindades eram, como seu próprio Pai, imaculadas. Brahma, o primogênito, teve por tarefa a criação de todo o universo; o segundo, Vishnu, dedicou-se á conservação e cuidado da obra de seu irmão; enquanto que o mais difícil de todos os trabalhos, coube a Shiva.
- Eu modelo os mundos disse Brahma - para que todas as almas manifestadas tenham a oportunidade de cumprir seu ciclo e retornar à Consciência de nosso Pai Celeste. E por esta razão que crio estrelas e gotas de orvalho, e algum dia, todos seremos novamente UNO. Tempo e Espaço poderão então descansar, pois ninguém necessitará deles.
- Eu cuido da tua obra - falou Vishnu -, e velarei por ela dia após dia, minuto após minuto, para que se mantenha tal qual tu a criaste. Não terei sossego enquanto existir uma só criatura que deva transitar pela "casa das formas" em busca da essência de nosso Divino Pai.
- E tu Shiva? - interrogaram ao terceiro.
- Meu papel é muito difícil, queridos irmãos. Os homens que me contemplam, mas que permanecem aferrados á matéria, verão em mim seu destruidor, porque certamente serei eu quem levará suas almas de regresso ao reino de nosso Senhor. Os sábios, em troca, amar-me-ão buscando-me; e eu, prazeiroso, procurá-los-ei para orientá-los no caminho de retorno àquele mundo do qual jamais voltarão; mundo esse que só podem habitar os homens que alcançaram o supremo estado de perfeição espiritual.
- Sim - disse Vishnu - teu trabalho é árduo, e poucos poderão entendê-lo. Deverás ensinar aos homens que todo este universo criado por Brahma, e custodiado por mim, é pálido reflexo do outro, o real, que mora no coração de nosso Pai. Deverás fazer com que entendam que, ficar apegado a estas formas plasmadas por nós, é pueril. O sábio vê o intimo das coisas, e se une á Essência Suprema da qual tudo isto provém.
Assim foi sempre, e o é ainda agora. Enquanto Brahma cria o cosmos, Vishnu o protege, e Shiva ensina ao coração de todas as coisas, o meio pelo qual atingir a divina meta. Shiva, deus da Misericórdia e do Amor, com infinita ternura, alerta os homens para não se extraviarem na busca daquela Essência Suprema.
- Se souberdes abandonar todos os bens terrenos - diz a seus discípulos -, podereis achar o caminho da Imortalidade, nunca antes. Deveis matar todo apego físico e mental às coisas transitórias, a fim de que vos ilumine a glória dos bens eternos.
E como bom mestre de almas, ele próprio pratica uma austeridade tão rígida, que se tornou conhecido como o maior dos ascetas religiosos. Nada possui na casa-criação de seu irmão Brahma; nela, nada lhe pertence, a não ser as almas que ele, ansiosamente, busca elevar para uni-las a seu Divino Pai. Ainda que príncipe, veste uma humilde túnica de anacoreta, anda descalço, não participa de festa alguma neste mundo, e tudo quanto faz é concentrar sua mente e seu coração naquela amadissima Essência. Na mais alta montanha da índia, lá nos Himalaias, costuma-se vê-lo junto aos monges penitentes que vivem nas neves orando ao Deus Supremo. Eles também adoram Shiva, que reconhecem como seu mestre; e dizem que ele mora no monte Kailasa, perto do lago Mansarovara. Nesse louvado cume onde só chega o vento gelado, ele fica submerso em profunda meditação, tentando colocar toda sua vontade e seu amor na tarefa de despertar almas.
O Kailasa é um monte estranho: quando Shiva está meditando, afirmam que o próprio céu estremece de regozijo, agita-se a neve de suas encostas e as altas montanhas inclinam-se reverentes para, ansiosamente perguntar-lhe:
- Ó misericordioso Shiva! Quando estaremos libertas de nossos corpos de matéria, a fim de nos unirmos outra vez Àquele, nosso Senhor?
Os sábios contam que numa ocasião, quando Shiva estava absorto em profundas meditações, pareceu-lhe por um instante que todos haviam abandonado suas formas materiais; não existiam já nem pássaros, nem estrelas, nem homens, pois tinham-se convertido nesse Grande Desconhecido. Ao ver a criação reintegrada a seu primeiro lar, sentiu-se tão feliz que, no meio do vazio infinito, começou a dançar. Essa maravilhosa dança de Shiva é evocada ainda hoje, em toda a Índia; assim, uma vez por ano os monges a representam, querendo significar com isto que chegará o dia em que o universo inteiro tornar-se-á uma Única Realidade.
Shiva nada pede a seus devotos; uma vareta de incenso, uma flor ou uma simples oração é suficiente para louvá-lo. Todavia, para ele também são louvores as lágrimas de todos os que sofrem as misérias da vida terrestre.
Existe uma árvore que particularmente aprecia, e sob sua generosa sombra costuma abstrair-se em longas meditações. Na Índia chamam-na bael, e os devotos do Misericordioso depositam aos pés de suas estátuas, flores, folhas e pequenas lascas dessa madeira.
Diz a tradição que um dia, quando Shiva orava ao Deus Supremo, foi atacado por uma quadrilha de ladrões que, o desconhecendo e acreditando que fosse um rei, não por suas roupas, mas por seu porte, golpearam-no com bastões de bael para roubar-lhe o dinheiro que, imaginavam, possuía. Shiva não interpretou este ato como uma agressão; ao contrário, pensou que se tratava de devotos que lhe ofertavam pedaços daquela madeira, de um modo muito particular; entretanto, o único que pareciam conhecer. Nem por um instante cogitou em castigá-los, e sim agradeceu-lhes a dádiva de seu amado lenho. Os ladrões fugiram espavoridos, pois não compreendiam como alguém podia sorrir e agradecer cada golpe que recebia.
Numa outra oportunidade, descendo de seu monte Kailasa, pôs-se a contemplar todas as criaturas. Assim, viu nas selvas dos Himalaias um poderoso leão, respeitado por sua ferocidade e admirado por seu porte, que perambulava pelos intrincados caminhos; observou o tigre, as gazelas, o cordeiro, os pássaros, descobrindo com profunda alegria os cuidados e esmeros que havia tido seu irmão Brahma quando lhes deu suas formas adequadas. Por uma ou outra razão, todos eles eram queridos, procurados e elogiados. Mas, ai! quanto sofreu ao ver as serpentes, fugindo sempre das águias, dos homens de todo mundo!
- Ó Senhor da Piedade! - queixou-se tristemente Takshaka, o rei das serpentes. - Ninguém nos quer; absolutamente ninguém! Homens e animais procuram sempre nos matar! Não há em todo o reino deste mundo, criatura mais desditosa que o réptil...
E o senhor Shiva, com infinito amor, alçou várias delas e lhes disse:
- Como ninguém vos ama, dar-vos-ei meu coração e proteger-vos-ei com todo zelo.
E assim o fez. Para que ninguém as atacasse, acolheu-as junto de si. Timidamente, algumas se enroscaram em seus braços, outras em seu pescoço e cabeça.
Desde aqueles remotos tempos, pintores e escultores vêm fazendo quadros e estátuas do deus Shiva e suas serpentes... Muitos procuram um estranho simbolismo neste fato, cujo verdadeiro significado é o infinito amor que Shiva prodigaliza aos desamparados. Entre estes, também está o homem. O Senhor da Misericórdia, dá abrigo àqueles que o mundo rejeita, pois sabe que o Deus Desconhecido depositou sua essência em todas as criaturas, ainda que estas sejam - na aparência - decrépitas ou mentalmente aleijadas. Eis porque ele também ama os maus
Logo serão perfeitos - diz suspirando. - Chegarão a descobrir-se e ser realmente o que são, isto é, filhos de nosso Pai Celeste.
Desta forma, Shiva vai de era em era, de cultura em cultura, ensinando às almas o caminho do retorno à Morada Eterna.

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"Seja dono da sua boca, para não ser escravo de suas palavras!!!"

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Provérbio Brasileiro

"Quem não ama demais não ama o bastante."

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"Algo só é impossível até que alguém duvide e prove o contrário." Albert Einstein


Devoção ao Sagrado Coração de Jesus

Devoção ao Sagrado Coração de Jesus

Oração a Maria

Oração a Maria

Oh! Divina Mãe
Ajudai-nos para que possamos ser tão ternos como Vós.
Inspirai-nos para que nos tornemos tão sábios como Vós.
Que a vossa compreensão nos atinja e conosco permaneça.
Que o amor que dedicastes ao vosso Filho nos cubra como um grande manto rosa, estimulando em nós esse mesmo amor para com nossos irmãos.
Que a força por Vós demonstrada ante a Cruz nos ajude a suportar e vencer as vicissitudes da vida.
Que o vosso grande poder de cura se derrame sobre a humanidade, através de vossos Anjos, eliminando as doenças, corrigindo defeitos físicos, afastando males mentais.
Que o imenso carinho e a ilimitada doçura de vosso coração se irradiem para todo o planeta, atingindo os corações de todos os homens, governantes e governados, para que todos, inebriados por essa ternura, abandonem qualquer belicosidade, abracem-se e a Paz reine soberana sobre a terra.
Profundamente agradecidos, colocamo-nos sob vossa total proteção e, assim como a mãe abraça seus filhos, assim também nos vemos, a nós e a toda a humanidade, por Vós abraçados.

Denise e Wagner

A CARTA SOBRE A CAMA



A CARTA SOBRE A CAMA

(Maria Hilda de J. Alão.)

Sinto perfumes tentadores...
No ambiente não há flores.
De onde vêm esses odores?
De violetas multicores
Ou dos sentidos clamores
Das preces dos sofredores


¨

Percorrendo os azulores
De límpidos céus interiores
Depois de dissipadas as dores?
¨Ou saem de femininos toucadores,
Dos frascos que os trovadores
Presenteavam seus amores?


¨

Serão, por acaso, portadores
De mensagem dos orientadores
Vinda das esferas superiores?


¨

Após muito indagar, tercetizar,
Percebi que os perfumes
Não vinham do céu nem do mar,
Tampouco das flores dos cumes


¨

Das montanhas da saudade,
Mas da carta sobre a cama
Entregue ao cair da tarde,
Pelo homem que me ama.



(4º lugar no concurso de poesias da Contemporânea Eventos Culturais - 2006.)

AMAR É...

Amar é...
ser companheiro, amigo,
amante, cúmplice.
amar é saber calar e falar no
momento certo.
****
Amar é aceitação, é estar junto em
todos os momentos.
Amar é reconhecimento.
amar é vibrar em cada objetivo alcançado,
amar é sentir o calor, o cheiro,
a vida, as necessidade, só com olhar.
amar é um todo, um tudo.
amar é nada temer.
****
Amor... poucos conseguem distinguir da paixão
pois, a mesma é apenas uma intensa busca
de alguém para preencher o vazio
que nasce conosco.
o amor é a certeza que a procura
chegou ao fim.

(Rodriguez)



Time of my life...Música Linda... Já assisti a este filme umas 50x...rs...

"Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo o que plantamos."

"Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo o que plantamos."
(Provérbio Chinês)

"Um Sonho a Dois" (Roupa Nova e Cláudia Leite)

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